terça-feira, 23 de outubro de 2007

Um qualquer cão abandonado

Um qualquer cão abandonado

Dono…e dona, enfim,
estou velha, muito velha,
e a chegar ao fim;

e doente, muito doente também,
vou morrer, mas não quero que chorem por mim,
não guardem o vazio nesse coração lugar pequenino,
que mesmo assim,
é tão grande e onde eu cabia tão bem.

Não quero o espaço sem nada,
naquele bocado de cama, onde dormia,
ou apenas ficava deitada,
esperando uma festa ao fim do dia.

São poucos os anos que tenho,
e não dei pela vida passar,
vim cachorra para esta casa,
E velha a vou deixar.

Sei que davam da vossa vida,
anos para eu viver e sorrir,
que adiantava esse presente,
se não posso ser eu a ver-vos partir.

A saudade que vos deixo,
da minha presença aqui,
que seja motivo de orgulho,
das alegrias que convosco vivi.

Parto, mas vou feliz,
de uma vida bem passada,
tive donos que nunca quis,
pois pensava que viver era aquilo, que tinha por destino na rua onde nasci.

Obrigado...donos!

Dêem o meu lugar e o mesmo amor a outro cão de rua…

Um qualquer cão Abandonado

22/10/2007

Dedicado a todos os cães abandonados, aos seus donos e à primeira cadela (Sharik) que me lembro de ter em criança.

Um cão abandonado pelo trauma que passa, reserva uma fidelidade para dar a um novo dono como nenhum outro cão pode dar.

Todos podemos e devemos contribuir para melhorar este problema.

Fernando Silva

12 comentários:

Kunta disse...

O Fernando Silva - meu treinador e amigo - decidiu dar o seu contributo para a "Associação Resgate dos Cães Errantes", da qual o meu pai de duas patas é sócio fundador, com este lindo poema.

Mais uma vez fica demonstrado que para além de ser um excelente treinador, o Fernando é um incondicional amigo e defensor dos peludos de quatro patas.

O nosso muito obrigado!

Auufff...

Kunta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Van Dog disse...

Lindo.

Thor and Jack disse...

É mesmo um lindo poema!
Thor

Van Dog disse...

Kunta, o Fernando diz que posso pôr este poema no meu blog. Tu importas-te?

Cléo disse...

A dona e eu adorámos o poema.Desconheciamos esta veia artistica do nosso treinador...
Lambidelas!

Kunta disse...

Claro que não me importo Van. Um poema tão lindo merece ser divulgado.

Mil lambidelas

Auufff...

Kunta disse...

Pois é! O nosso treinador está sempre a surpreender-nos...

Van Dog disse...

Uauff!

Carracinha Linda! disse...

Como disse no blog do Van Dog: o texto está lindo!

Maria Cristina Amorim disse...

Este poema lembra-me a minha Julie, que também ela era da rua, mas adoptou-me e viveu mais 15 anos.
Tenho muitas saudades dela .
Beijos.

PS- adoro boxers

Caracolinha disse...

Olá Kuntinha ... :)

Antes de mais um muito obrigada pela visita que fizeste à casquinha, ainda por cima num pot tão importante para todos como aquele que denota o quanto o ser humano ainda nos consegue surpreender pela maldade e ausência de afecto.

Adorei ver as tuas fotos, és uma graça ... aqui na casca há um cão lllliiiinnnddddoooo que se chama Freud de 5 anos e uma gata linda de 3 meses que se chama Papi, são lindos como tu e dão-se às mil maravilhas ... :)

São muito felizes e fazem-nos muito felizes, tammbém ... tivemos todos muita sorte ... :)

O que eu gostei e te ver com o cachecol do SLB, és cá das minhas ... :)

Fica-te lindamente ...

Volta sempre que quiseres à casca para dares uma cheirada, eu tenciono voltar a visitar a tua casa linda !!!!

Beijocas encaracoladas e um grande afago no pêlo e lambidelas e ronrons carinhosos dos meninos de 4 patas !!!!